É verdade que existem montes, montanhas, serras e cordilheiras. Este não é na aceção da palavra uma serra, mas será um pequeno brinde do autor que tem nesta cidade e concelho os seus domicílios familiar e profissional.
O “MONTE CRASTO” localiza-se no concelho de Gondomar, na extinta freguesia de Gondomar (São Cosme), atual “União de freguesias de Gondomar (São Cosme), Valbom e Jovim”, cuja sede é na primeira.
Constitui uma fortaleza natural, merecendo integralmente o nome latino de crasto – significa castelo – por se tratar de um lugar elevado, com 194 metros de altitude e defendido por enormes penedos sobre os quais assenta a capelinha de Santo Isidoro, que ostenta uma torre, do alto da qual se desfruta um belo panorama, nomeadamente pelos lados sul e poente. Por metátese, o nome crasto deriva do latim “castrum”. Para os romanos, significava castelo ou praça fortificada, mas tal nome, generalizou-se, à posteriori, tomando o significado de lugar vistoso, apropriado para acampamentos ou fortificação.
Segundo fontes tidas por conhecedoras, o Monte nunca terá tido qualquer fortificação e, se a teve, esta foi destruída em tempos imemoriais, pois não existem quaisquer vestígios que provem essa edificação.
Em contrapartida sabe-se que o Monte foi aproveitado pelos Romanos, dado que as moedas e outros objetos de olaria que lá foram encontrados dão-nos provas verídicas.

Porém, a documentação escrita relativa ao Monte Crasto apenas aparece no século XVIII, num auto de doação do “Património da capela de Santo Isidoro do Monte Crasto”, feito por Salvador Francisco, jornaleiro e sua mulher, Maria da Silva, os quais, entre os bens que possuíam, fizeram a doação da tapada e do monte à referida capela.
Esta doação veio desfazer todas as dúvidas, que em diferentes épocas, se levantaram a respeito da verdadeira propriedade do Monte. A Câmara Municipal de Gondomar reconheceu que tanto o Monte como todas as suas propriedades pertencem à Confraria de Santo Isidoro e não á autarquia. Aliás, é à confraria que se deve a arborização do conjunto e a sua valorização. No terreiro do Monte existem cruzeiros laterais datados de 1757 e um central com data de 1759.

(Adaptação a publicação municipal “Gondomar e o seu património histórico e religioso”) . 
Pesquisa, compilação e adaptação de TEIXEIRA DA SILVA, AJ Gondomar, Porto, Portugal Junho de 2014